CRISTIANA ANACLETO

A compreensão de nós próprios e dos outros constitui condição essencial para conseguirmos atingir os objectivos a que nos propomos.

 

Saber identificar e analisar o que sentimos e como nos comportamos em determinadas situações - autoconsciência - constitui a competência emocional de base ao desenvolvimento de outras competências emocionais e interpessoais, nomeadamente o controlo e gestão das emoções, controlo dos impulsos e adiamento da recompensa, a automotivação (orientar as emoções para a realização de objectivos) e persistência perante as frustrações, a capacidade de acalmar e/ou relaxar, a capacidade de pensar antes de agir (antecipar as consequências dos comportamentos e decisões), a reformulação de uma situação de forma positiva, a identificação e reconhecimento dos sentimentos dos outros.

 

As pessoas que possuem competências emocionais e interpessoais encontram-se mais bem preparadas para os desafios da vida, apresentando melhores desempenhos e aprendizagem. Os bons rendimentos académicos e profissionais, as boas realizações intelectuais e interpessoais estão relacionadas a estas competências. Vários estudos e investigações realizados na área da Psicologia têm revelado estas capacidades como mais poderosas do que as capacidades/estratégias cognitivas (a inteligência medida pelo Q.I.), o que justificaria alguns dos rendimentos escolares inferiores ao esperado, de alunos com inteligência normal ou superior.

 

A educação das emoções (identificação, controlo e gestão) é essencial e pode ser feita em qualquer etapa do desenvolvimento pessoal, mas a infância é a etapa do desenvolvimento por excelência para o seu início.

 

A Psicologia Clínica presta um enorme contributo na saúde mental (e física) de quem a procura. A sua abordagem e intervenção centra-se não só no tratamento da doença (diagnóstico e intervenção propriamente dita) como também na ajuda que dá às pessoas no repensar as suas dificuldades/problemas de vida actuais, quando não estão a conseguir fazê-lo sózinhas, no contexto de uma relação terapêutica.

 

 

Cristiana Anacleto, 2013